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domingo, 23 de setembro de 2012

Tônia Carrero. Atriz completa 90 anos




Atriz completa 90 anos no dia 23 de setembro

Uma das atrizes mais consagradas do Brasil, Tônia Carrero é conhecida por inúmeros papéis marcantes. Sucesso no teatro, na televisão e no cinema, a atriz completa 90 anos no próximo dia 23. Durante estas nove décadas, Tônia integrou o elenco de 54 peças, 19 filmes e 15 novelas.


Maria Antonieta Portocarrero Thedim nasceu dia 23 de agosto de 1922, em uma família de militares. Seu pai era Hermenegildo Portocarrero e sua mãe Zilda de Farias Portocarrero. Desde cedo, a família percebeu que a menina tinha um lado artístico acentuado. Ela tinha um grande desejo de aparecer, prenunciando a estrela que iria se tornar poucos anos depois. Aos 14 anos, começou a namorar firme com um rapaz a quem chamava de “um artista desesperado”: o diretor de cinema Carlos Arthur Thiré. Três anos depois, os dois se casaram. Em 1943, nasce seu primeiro e único filho, Cecil Thiré.


Tônia cursou Educação Física, graduando-se em 1941. No entanto, sua formação artística foi obtida em cursos em Paris, para onde foi com o marido. Lá, teve aula com grandes atores, dentre eles Jean-Louis Barrault. Em seu retorno ao Brasil, aos 25 anos, estrelou seu primeiro filme, “Querida Suzana”, de Alberto Pieralise. Dois anos depois, em 1949, ela sobe aos palcos pela primeira vez em “Um Deus Dormiu Lá em Casa”, ao lado de Paulo Autran. A produção havia sido realizada pelo Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), em São Paulo, sob direção artística de Adolfo Celi – segundo marido de Tônia.


Nos anos seguintes, estrelou inúmeras peças do TBC, como “Amanhã, se Não Chover” (1950), de Henrique Pongetti; e “Uma Mulher do Outro Mundo” (1954), de Noel Coward; “Otelo” (1956), de Shakespeare; “Entre Quatro Paredes” (1956), de Jean-Paul Sartre; e “Seis Personagens à Procura de um Autor” (1960), de Luigi Pirandello. Ao mesmo tempo, sua beleza chamava a atenção de diversos diretores de cinema. Assim, a convite do empresário Franco Zampari, ela integra a Cia Cinematográfica Vera Cruz, da qual tornou-se um dos rostos mais conhecidos. Foi protagonista de “Apassionata” (1952), de Fernando de Barros; “Tico-tico no Fubá” (1952), de Adolfo Celi; e “É Proibido Beijar” (1954), de Ugo Lombardi. 


Em 1967, ela se despede da imagem sofisticada e mergulha no universo de Plínio Marcos em “A Navalha na Carne”. Ao lado de Emiliano Queiroz e Nelson Xavier, e sob a direção de Fauzi Arap, vive a prostituta Neuza Suely. A montagem incomodou a ditadura militar e se tornou um dos espetáculos mais aplaudidos da temporada, além de um divisor de águas em sua carreira.


Ainda na década de 60, ingressa na televisão a convite do autor Vicente Sesso para fazer “Sangue do Meu Sangue”, ao lado de Fernanda Montenegro e Francisco Cuoco, com direção de Sergio Britto. A novela foi exibida em 1969 pela TV Excelsior. Ainda na telinha, um de seus personagens mais marcantes foi a sofisticada e encantadora Stella Fraga Simpson, em “Água Viva” (1980), de Gilberto Braga. Tônia viria a trabalhar novamente com o autor em 1983, na novela “Louco Amor”, dessa vez interpretando Mouriel.


Em 1978, integrou o elenco de “Quem Tem Medo de Virgínia Wolf”, de Edward Albee, com direção de Antunes Filho. Em 1984, subiu aos palcos para encenar o espetáculo “A Divina Sarah”, de John Murrell, com direção de João Bethencourt.


Três anos depois, viveu mais um personagem marcante na TV: Rebeca, de “Sassaricando”. Em 2000, também na Rede Globo, interpretou Mimi Melody em “Esplendor”, de Ana Maria Moretzsohn. Sua última novela foi “Senhora do Destino” (2004), de Aguinaldo Silva, na qual fez uma participação especial. No cinema, sua última aparição foi em “Chega de Saudade”, de 2008. Grande homenageada do Prêmio Shell de 2008, Tonia atuou no teatro pela última vez no ano anterior, em 'Um Barco Para o Sonho', de Alexei Arbuzov, peça traduzida pelo filho, Cécil Thiré, e dirigida pelo neto, Carlos Thiré.

Um comentário:

  1. Tônia Carrero é uma das damas da Arte no Brasil. Não posso me esquecer de sua personagem em PIGMALEÃO 70, na Globo, em que foi lançado, por causa da novela, o corte de cabelo que a personagem de Tônia usava, Era todo repicado, lindíssimo. Pena que hoje ninguém sabe fazer aquele corte.

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